No dia 5 de abril, o Brasil inteiro se entristeceu com o ataque a uma creche em Blumenau (SC), que provocou a morte de quatro crianças e deixou outras cinco feridas. Esse fato infelizmente reacende uma alerta à violência e à segurança pública e também permeia debates acerca da Educação Midiática, uma vez que posts com ameaças de novos atentados a instituições brasileiras de ensino têm viralizado nas redes sociais.
Perfis anônimos com imagens e textos fazendo apologia à violência e que mencionam supostos novos ataques – por vezes compactuando com atos criminosos anteriores – já estão sendo monitorados pelas Polícias e pelo Ministério da Justiça, que trabalham de forma conjunta para combater ameaças reais. Mas, o que fazer ao se deparar com essas mensagens ou perfis? Deve-se compartilhar o conteúdo a fim de alertar as pessoas? Como saber se o conteúdo representa, de fato, uma ameaça real ou uma fake news?
Esses são apenas questionamentos iniciais que precisam ser esclarecidos diante da urgência de combater o discurso de ódio e a desinformação. Por isso é tão importante a Educação Midiática, isso é, formar os cidadãos para produzirem, consumirem e participarem de forma crítica do ambiente informacional, em todas as suas facetas.
Nesse sentido, o Aos Fatos, site jornalístico independente de checagem de fatos, elencou três pontos importantíssimos – que resumirei a seguir – ao responder à pergunta “O que fazer ao se deparar nas redes com uma ameaça de atentado a escola?” (Confira aqui a matéria na íntegra.)
- Não interaja
Não curta, não comente e não compartilhe mensagens, áudios ou imagens que representem ameaças de atentados a instituições de ensino. Qualquer interação, por mínima que seja, irá aumentar a visibilidade desse conteúdo, instaurando-se caos e pânico e também permitindo que grupos e associações extremistas idolatrem e apoiem o suposto ato.
Além disso, é possível que esse conteúdo não seja verídico, e a desinformação só se combate com análise, apuração e checagem de fatos. Por isso, podemos e devemos recorrer a agências de checagem, como a Agência Lupa e o Aos Fatos.
2. Denuncie às autoridades
É por meio da denúncia que se pode mapear e monitorar as possíveis ameaças. Pensando nisso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a ONG SaferNet, lançou um canal oficial para o registro de denúncias envolvendo ameaças a escolas. Nesse link, é possível registrar a denúncia de forma anônima, informando a página da internet em que o conteúdo foi veiculado e, por fim, o cidadão pode inserir de forma resumida as principais informações, como a escola alvo, o nome da cidade e etc.
O disque 190 e 181 também podem ser acionados. E caso o conteúdo mencione escolas específicas, também é recomendado que a direção das instituições sejam comunicadas.
3. Denuncie às plataformas
Por último, mas não menos importante, a denúncia do conteúdo nas plataformas em que foi veiculado. Essa ação, embora não remova imediatamente a publicação, vai diminuir o seu alcance e visibilidade.
A maioria das redes sociais, como Facebook, Twitter, WhatsApp, Instagram e Youtube, possuem diretrizes de conduta e não compactuam com conteúdos que fazem apologia à violência, colaborando então para a sua remoção.
Bom, agora você já sabe o que fazer caso se depare com uma mensagem de ameaça de ataque a instituições de ensino, que tal compartilhar este Blog Post com um amigo(a) e colaborar ativamente no combate ao discurso de ódio e à desinformação? Contamos com você!
Por Nínive Lacerda,
Jornalista formada pela UESB.