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Abril Azul: entenda as principais características do Transtorno do Espectro Autista (TEA)

25 de abril de 2023

No dia 2 de abril, muitos monumentos que são cartões postais de diversas localidades do mundo são iluminados de AZUL. Você sabe o porquê? É para fazer referência e chamar a atenção da sociedade para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A data foi definida pela Organização das Nações Unidas (ONU), no fim de 2007, como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo (World Autism Awareness Day). O mês ficou conhecido como Abril Azul, por mobilizar a campanha dedicada a difundir informações sobre o TEA e combater discriminações e preconceitos.

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento marcado por déficits persistentes na comunicação/interação social e por padrões repetitivos/restritos de comportamentos, interesses e atividades, cuja origem é genética e multifatorial.

Usa-se o termo “espectro” porque o TEA não é uniforme, há uma diversidade e variabilidade de apresentações, de modo que as manifestações variam muito de acordo com a gravidade.

Já em relação ao quadro clínico, os sintomas tornam-se mais perceptíveis entre os 12 e 18 meses de vida, no entanto em alguns casos já é possível perceber alterações precocemente aos 6 meses. Apesar desse fato, muitas crianças só chegam a receber o diagnóstico de TEA entre 4 e 5 anos de vida, um aspecto negativo, uma vez que o diagnóstico deve ser o mais precoce possível a fim de minimizar os prejuízos no desenvolvimento da criança. Vale ressaltar ainda a importância do acompanhamento do Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM), através da Caderneta de Saúde da Criança, permitindo que o médico identifique as alterações características do TEA.

Outro aspecto relevante a ser pontuado é que o TEA não é um transtorno degenerativo, no entanto é difuso e permanente, e não possui cura. Ressalta-se ainda que o diagnóstico, que é clínico, e a intervenção precoce, através de um tratamento complexo, multidisciplinar e individualizado, podem suavizar os sintomas.

Por fim, é essencial identificar alguns sinais de alerta dentro do primeiro ano de vida, como:

6 meses: Poucas expressões faciais e contato visual, sorriso social ausente e pouco engajamento sociocomunicativo;

9 meses: Não comunica o que deseja, não balbucia “mama”/”papa”, não olha quando chamado, não olha para onde o adulto aponta e pouca imitação;

12 meses: Ausência de balbucios, não faz gestos (como abanar para dar tchau), não fala mamãe/papai e ausência de atenção compartilhada.

Além disso, em jovens que não tiveram o diagnóstico dado previamente, pode-se identificar:

Déficits na comunicação e interação social

-Dificuldade no envolvimento com outras pessoas e compartilhamento de ideias/sentimentos;

-Alterações no contato visual, expressões faciais, entonação da fala e gestos usualmente utilizados.

Padrões de Comportamento

-Estereotipias motoras simples;

-Interesses limitados e fixos;

-Adesão excessiva a rotinas e resistência a mudanças.

Logo, diante do exposto, ressalta-se a necessidade de conhecimento e visibilidade do tema não apenas no mês de abril, mas em todos os dias, a fim de orientar educadores, pais e profissionais acerca da importância da puericultura, do diagnóstico precoce e das intervenções para o TEA. E sempre tendo como alicerce uma assistência humanizada, acolhedora, multidisciplinar e, principalmente, inclusiva.

Por Mariana Lacerda,

estudante de Medicina do V período.

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